A ex-presidente do
Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargadora Maria Madalena Alves Serejo,
morreu no sábado à noite (9), em Teresina (PI), para onde foi transferida na
quarta-feira pela manhã, após se sentir mal em Caxias (MA). A magistrada
apresentava quadro de descompensação aguda da diabetes e suspeita de ter
contraído a bactéria conhecida como salmonela. Na quinta e sexta-feira, ela
apresentou melhora, com o retorno das funções renais. No sábado, contudo, teve
quatro paradas cardíacas. Na última, às 22h30, faleceu.
O corpo de Madalena
Serejo chegou na tarde deste domingo, no Aeroporto do Tirirical, em São Luís, e
seguiu para velório na Brasil Pax (Rua 13 de Maio, em frente a Igreja de Santo
Antonio). O sepultamento deverá ocorrer nesta segunda-feira (11), às 10h, no
Jardim da Paz (Estrada de Ribamar).
Foto: Arquivo
Madalena Serejo estava
internada na UTI do hospital São Marcos em Teresina desde a última quarta-feira (6).
Madalena Serejo
presidiu interinamente o TJMA de setembro a dezembro de 2007, e completaria 75
anos em junho próximo. Dentro e fora da magistratura, era conhecida pela seriedade
profissional e posições firmes. Na presidência do Tribunal inaugurou como
estilo manter o gabinete sempre aberto a magistrados e pessoas da comunidade, e
a ambos ouvia com atenção.
A despedida da Corte de
Justiça só viria em 18 de junho de 2008, quando participou da sua última sessão
do Pleno na condição de desembargadora, onze anos depois de ser promovida, por
antiguidade, para a magistratura de 2º Grau.
Na época, o
desembargador Raimundo Freire Cutrim, que a sucedeu na presidência, indicou o
desembargador Cleones Cunha (hoje corregedor-geral da Justiça) para
cumprimentos à colega. Em pronunciamento emocionado, Cleones Cunha recorreu a
versos do poeta Fernando Pessoa para homenagear a quem considerava “sua mãe na
magistratura” e aquela que o orientou no começo da carreira.
Em junho do ano
passado, Madalena Serejo voltaria mais uma vez ao Pleno do Tribunal de Justiça,
na condição de orientadora de alunos do 7º período do curso de Direito da
Faculdade do Vale do Itapecuru (FAI), de Caxias, que vieram conhecer a prática
dos julgamentos da Justiça de 2º grau. Na FAI, ela lecionava a disciplina
"Organizações Judiciárias do Estado do Maranhão".
Na ocasião, o
presidente do TJMA, Antonio Guerreiro Júnior, registrou a presença honrosa da
ex-presidente da Corte na sessão, onde também recebeu a saudação de outros
desembargadores.
Uma vida na
magistratura - Madalena Serejo dedicou 37 anos à magistratura maranhense.
Nascida em Buriti (MA), colou grau em Bacharel em Direito, em 1963, pela
Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Exerceu o cargo de promotora de
justiça na terra natal, em 1965. Aprovada em concurso, foi nomeada como juíza
de direito em 1970, e iniciou atividades judicantes no mesmo ano e na mesma
comarca de Buriti - MA.
Foi promovida
sucessivamente por merecimento, até chegar a São Luís em 1986. Foi diretora do
Fórum Desembargador Sarney Costa, supervisora do Juizado Informal de Pequenas
Causas, juíza eleitoral e juíza auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça.
Exerceu a função de diretora da Esmam.
Foi vice-presidente do
Tribunal de Justiça na gestão do desembargador Milson Coutinho (2004-2005) e
supervisora dos Juizados Especiais naquele biênio.
“Agradeço a Deus por
ter me proporcionado esse momento em minha vida, o doce momento da despedida
depois de longa entrega à magistratura. Agradeço por ter coroado meu esforço e
dedicação à minha profissão”, pontuou Madalena Serejo em junho de 2008, pouco
antes de se retirar do TJMA.
Do JP.
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